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O CABOCLO E SUAS RAÍZES NA UMBHANDA

Na Umbhanda, os Espíritos se manifestam por meio de roupagens fluídicas, e quando essa vestimenta é associada aos índios, denominamos essas entidades de "Caboclos de Pena". Essa é uma expressão singular que destaca a presença e a influência indígena na espiritualidade umbhandista.


O CABOCLO E SUAS RAÍZES NA UMBHANDA

A roupagem fluídica dos Boiadeiros na Umbhanda é reconhecida como "Caboclos de Couro". Essas entidades incorporam a essência dos boiadeiros, figuras que desbravaram o interior do Brasil, guiando o gado pelos vastos territórios. Essa roupagem ressalta a conexão com o trabalho árduo e a rusticidade associada aos boiadeiros.


Os "Caboclos D'água" são a manifestação fluídica dos Espíritos com ligação aos marinheiros na Umbhanda. Essas entidades representam a fluidez das águas e as energias ligadas ao universo marítimo. Sua atuação está associada a aspectos espirituais relacionados a ambientes aquáticos, trazendo consigo uma atmosfera marinha para as práticas umbandistas.


No contexto umbhandista, quando a roupagem fluídica está relacionada aos Baianos, essas entidades são chamadas de "Caboclos Africanos". Este é um ponto de transição para explorarmos a presença do Culto Africano na Umbhanda, destacando as nuances e influências específicas associadas a essa manifestação espiritual.


Vale ressaltar que essas denominações fluídicas não apenas evidenciam a diversidade cultural incorporada na Umbhanda, mas também sublinham a importância de compreender as diferentes linhas e hierarquias espirituais que enriquecem essa religião brasileira. Cada roupagem fluídica representa uma conexão única com as forças da natureza e a espiritualidade, contribuindo para a tapeçaria vibrante e multifacetada da Umbanda.


A origem da designação "Caboclo" na Umbanda tem suas raízes históricas associadas a aspectos culturais e sociais do Brasil. O viajante inglês Henry Koster, em 1810, registrou que, no Maranhão e em Pernambuco, o termo "Tapuia" era utilizado para se referir aos índios selvagens, enquanto "Caboclo" era aplicado aos índios que haviam sido cristianizados e, por extensão, domesticados.

Na compreensão umbhandista, o termo "Caboclo" não se limita apenas aos índios cristianizados, mas também é estendido aos descendentes da mistura do índio com outras raças, resultando em uma denominação abrangente para os Guias Espirituais ligados a essa linhagem.


Essa categorização é estendida aos Boiadeiros e Marinheiros, que, por sua vez, representam remanescentes de populações mestiças, incluindo cafuzos, mamelucos, entre outros, que habitavam diversas regiões do Brasil.


No contexto dos Baianos, a expressão "Caboclos Africanos" destaca a forte ligação dessas entidades com as selvas africanas e seus descendentes que praticavam o Culto dos Orixás em terras brasileiras. Contrariando algumas concepções, essa análise aponta para a predominância da influência indígena dentro da Umbhanda, evidenciando que a maior Linha de trabalho e de maior impacto é, de fato, indígena.


Além disso, a colaboração entre os Espíritos Ciganos e os Espíritos Guardiões é destacada. Enquanto os Guardiões atuam na defesa espiritual e em trabalhos assistenciais no reino das trevas, os Ciganos oferecem auxílio em questões relacionadas à vida terrena e ao livre arbítrio.


O apelo final é para o estudo e resgate das tradições indígenas, não para incorporar o fetichismo ou folclore, mas para integrar o conhecimento e o respeito à natureza e ao divino que os indígenas cultivaram ao longo dos séculos. Este entendimento enriquece a Umbhanda, proporcionando uma visão mais abrangente e profunda de suas raízes e ensinamentos.


Obrigado pela sua tenção e siga na leitura de outras postagens e novos artigos.


MESTRE KALUANÃ – Sacerdote Umbhandista e Juremeiro

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