A palavra "macumba", inicialmente associada a um instrumento musical de origem africana, transformou-se ao longo do tempo em uma expressão carregada de estigma e superstições.
No contexto cultural brasileiro, expressões como "xô macumba" são usadas para repelir a má sorte, refletindo a aversão e o desconhecimento em relação às práticas religiosas afro-brasileiras. No entanto, é crucial distinguir a macumba popularmente estigmatizada do Candomblé e da Umbhanda, práticas sincréticas que têm raízes nas tradições africanas. Os praticantes dessas religiões rejeitam categoricamente a associação com o termo "macumba", enfatizando a riqueza espiritual e a diversidade de suas crenças. Ao explorar o universo espiritual, deparamo-nos com manifestações diversas, incluindo experiências mediúnicas que desafiam a compreensão convencional. Um exemplo notável é a capacidade de certos espíritos, ao se manifestarem através de médiuns, realizarem proezas impressionantes. Desde triturar cacos de vidro com os dentes sem causar ferimentos até caminhar descalços sobre fundos de garrafas quebradas, essas demonstrações surpreendentes desafiam as leis naturais conhecidas. Esses espíritos, embora possuam poderes notáveis, não estão isentos de características humanas, como orgulho, irritação e vingança. No entanto, quando desejam agradar a um amigo terreno, mostram-se dispostos a realizar feitos extraordinários. Suas batalhas no espaço, relacionadas às questões terrenas, assumem uma magnitude impressionante, repletas de tragédias e conflitos. Nos centros onde a magia é praticada, os rituais variam de acordo com os objetivos das reuniões. Os médiuns, instrumentos humanos dessas entidades, podem trabalhar vestidos, parcialmente nus ou totalmente despidos, dependendo da natureza das atividades. O entusiasmo presente nessas práticas revela não apenas a complexidade do mundo espiritual, mas também a diversidade de intenções por trás desses rituais, que, quando direcionados para o bem, buscam atender às demandas e encomendas específicas.
MESTRE KALUANÃ – SACERDOTE UMBHANDISTA E JUREMEIRO