Na hierarquia da Umbhanda, emerge a imponente figura de Ogum, o guerreiro destemido cuja presença é um farol luminoso na escuridão dos desafios. Comandante do elemento ferro, Ogum simboliza a determinação férrea necessária para superar os obstáculos que permeiam a jornada humana.
Orixá Ogum, na umbandista, é o arauto da força bruta e da coragem intrépida. Sua energia é um escudo protetor que envolve os devotos, inspirando-os a enfrentar adversidades com bravura e resiliência. Ele é o guerreiro que se destaca não apenas pela destreza em combate, mas também pela maestria em conduzir os corações a enfrentarem seus próprios conflitos internos.
A missão de Ogum transcende o campo de batalha terreno; ele é o defensor inabalável dos oprimidos e perseguidos. Sua espada corta não apenas as correntes físicas, mas também as amarras invisíveis da opressão espiritual. Invocar Ogum é buscar a coragem necessária para desafiar injustiças e proteger aqueles que sofrem sob o peso da adversidade.
Dentro da cosmologia umbhandista, Ogum não está isolado, mas interconectado com outros Sagrados Orixás. Sua aliança com Oxóssi, por exemplo, destaca-se na harmonia entre a força guerreira de Ogum e a conexão com a natureza do Senhor das Matas. Juntos, esses Orixás formam uma sinfonia espiritual que orienta os devotos na busca pela verdade, do conhecimento, do saber e pratica-las com coragem.
A riqueza do universo mitológico de Ogum é adornada por parábolas e lendas que ecoam lições de coragem, resiliência e superação. Uma dessas narrativas conta a história de como Ogum enfrentou desafios aparentemente insuperáveis, refletindo a capacidade de transformar a adversidade em triunfo.
A representação de Ogum é rica em simbolismos. Ele é frequentemente associado à cor vermelha, simbolizando a paixão e a energia vibrante. Sua ferramenta é a espada, instrumento afiado que corta as amarras que limitam o progresso espiritual. A capa de Ogum, carregada de simbolismo, representa a proteção que ele estende aos seus devotos.
Orixá Ogum, ao mesmo tempo guerreiro e protetor, personifica a dualidade inerente à natureza humana. Ele ensina que a força, quando usada com sabedoria e compaixão, pode ser uma ferramenta para a construção, não apenas para a destruição. Essa dualidade reflete-se na capacidade de Ogum em trazer equilíbrio e discernimento.
A interação de Ogum com outros Orixás revela-se ainda mais complexa e simbiótica. Sua afinidade com Iansã, por exemplo, destaca a convergência de suas energias no domínio do fogo, representando a purificação e a transformação espiritual. Cada interligação evidencia a riqueza da rede espiritual umbhandista.
Invocar Ogum não é apenas buscar coragem para enfrentar desafios externos, mas também a força interior para vencer batalhas internas. Ele guia os devotos na jornada da autotransformação, incentivando-os a superar limitações autoimpostas e a trilhar o caminho da evolução espiritual.
A expressão sonora de Ogum é o batuque sagrado, ritmo que ecoa a energia de suas batalhas e vitórias. A música ressoa como um chamado aos corações, despertando a força interior que está pronta para se manifestar na vida cotidiana.
Continuaremos a explorar parábolas e lendas que narram episódios marcantes da jornada de Ogum, proporcionando insights valiosos sobre a coragem, a resiliência e a dedicação à missão divina.
Em meio ao ímpeto guerreiro de Ogum, surge a faceta benevolente que o caracteriza como um defensor dos desfavorecidos. Sua força não é apenas um instrumento de batalha, mas uma fonte de proteção para aqueles que anseiam por justiça e amparo.
A relação de Ogum com Oxalá destaca a harmonia da força com a pureza espiritual. Enquanto Ogum provê a coragem para enfrentar desafios terrenos, Oxalá, Orixá da paz e da pureza, orienta a aplicação dessa força com sabedoria e equilíbrio.
A presença de Ogum transcende os mitos e lendas, manifestando-se na atualidade como um guia inspirador. Sua energia é invocada não apenas nos terreiros, mas nos corações que buscam força para superar as vicissitudes do mundo contemporâneo.
As lendas de Ogum revelam suas provações e conquistas, oferecendo lições de resiliência e superação. A maioria delas, narra a jornada do guerreiro em batalha feroz, simbolizando a superação das adversidades através da determinação e da fé.
A presença de Ogum não se limita a momentos extraordinários; ele também está presente nos desafios diários que exigem coragem e decisão. Invocar Ogum é buscar a força necessária para enfrentar os pequenos embates da vida com a mesma bravura dedicada às grandes batalhas.
Ogum ensina que a dualidade de força e coragem deve ser equilibrada com compaixão e discernimento. Buscar a orientação de Ogum é buscar esse ponto de equilíbrio, onde a força interior se manifesta de maneira construtiva e benevolente.
Muito mais temos a falar deste símbolo de bravura, que sempre está a frente das demandas, por isto é considerado o Símbolo maior em todas as casas, colocado frente e o primeiro a ser louvado e reverenciados nas aberturas dos trabalhos nos terreiros. Mas vamos deixar para a obra literária que irá apresentar de forma clara e objetiva os orixás.
Ogum – Metal (o metal que é moldado): É a energia da Natureza do progresso, das batalhas do dia-a-dia, das lutas a vencer, ou seja, a energia que cuida para que a paz se estabeleça através do cumprimento da Lei. É a energia de ligação com Deus através dos: Caminhos abertos – Vitórias – Lutas – Livre arbítrio – Direções corretas – Liberdade de escolha – Persistência – Progresso – Conquistas – Perseverança.
Obrigado pela sua tenção e siga na leitura de outras postagens e novos artigos.
MESTRE KALUANÃ – Sacerdote Umbhandista e Juremeiro
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