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A EVOLUÇÃO DA UMBHANDA

A trajetória espiritual que se desdobrou do Culto da Jurema e do Catimbó para a Umbhanda revela uma transformação notável, guiada por uma necessidade de ordenação e disciplina espiritual.


a evolução da umbhanda

O Caboclo das Sete Encruzilhadas, ao anunciar que não haveria bater de tambores, saias com lamês, capacetes de penas, e espadas na mão, delineou um novo caminho para as manifestações espirituais que ocorriam na época, cada um em seu canto.


A Umbhanda, ao se estabelecer como uma nova religião, cumpriu o papel de organizar e hierarquizar as práticas espirituais que já ocorriam no Rio de Janeiro. A migração de médiuns com seus Mestres espirituais para a então capital brasileira foi encarada como uma direção do astral superior, sinalizando que era o momento de fundamentar e apresentar uma religião mais estruturada, onde as entidades espirituais poderiam manifestar seus costumes, talentos e atribuições de maneira ordenada. Com esta afirmação, não estamos dizendo que Zélio de Morais, foi o fundador da Umbhanda, mas sim um propulsor, que através da sua vertente trouxe luz, e ajudou na organização e apresentação da Umbhanda inicialmente a sociedade do Rio de janeiro e na sequência para o mundo.

No contraste entre o Catimbó e a Umbhanda, torna-se evidente a falta de disciplina espiritual no primeiro. Os Espíritos manifestam-se sem obedecer a qualquer hierarquia disciplinadora, agindo de acordo com suas próprias características e sem desvincular-se de apegos materiais. No Catimbó, a manifestação espiritual muitas vezes reflete costumes regionais, envolvendo bebidas alcoólicas, cigarros e práticas de feitiçaria.


A migração dessas entidades para a Umbhanda não apenas representou uma transição geográfica, mas também uma reciclagem espiritual. Os Espíritos foram disciplinados, hierarquizados e preparados para cumprir uma missão mais elevada, tornando-se orientadores eficazes, curadores e evangelizadores.


É interessante observar que, nos cultos originais da Jurema e do Catimbó, não havia práticas como despachos, oferendas e culto aos Orixás, pois essas influências africanas eram praticamente inexistentes no Norte/Nordeste do Brasil. A predominância de escravos domésticos nessas regiões contribuiu para uma manifestação espiritual mais regionalizada, distante dos elementos afro-brasileiros presentes em outras partes do país.


MESTRE KALUANÃ – SACERDOTE UMBHANDISTA E JUREMEIRO

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